Estudo 1
INTRODUÇÃO BÍBLICA
A maioria dos Cristãos carregam as suas Bíblias debaixo do braço... Muitos Cristãos utilizam-nas com destreza... Muitos Cristãos são fiéis aos preceitos da Bíblia... Muitos Cristãos sabem-na quase toda de cor... mas... muitos poucos Cristãos conhecem sua origem, sua importância histórica, sua Veracidade e, digamos, sua... ALMA...
Que tal, então, esmiuçarmos tudo o que pudermos sobre a Bíblia ?
O QUE QUER DIZER A PALAVRA BÍBLIA?
Bíblia é a tradução da palavra grega BIBLOS que por sua vez quer dizer: BIBLIOTECA ou Conjunto de livros. Assim sendo, nós não carregamos somente um livro em nossas mãos, mas, uma Biblioteca inteira !!!
QUANTOS LIVROS TEMOS NESTA BIBLIOTECA?
Considerando-se, neste caso, as Epístolas (Cartas) como livros, nossa Biblioteca tem 66 livros, assim divididos: Antigo Testamento ___ 39 livros e Novo Testamento___ 27 livros ( Veja a relação no índice de sua s Bíblias).
QUEM INSPIROU A BÍBLIA FORAM OS SEUS ESCRITORES?
Não. A Bíblia foi escrita por cerca de 40 Pessoas (Uns afirmam 42), mas, sua autoria e inspiração é creditada ao ESPÍRITO SANTO DE DEUS, conforme I Pe 1.10-12 e II Pe 1.12. No entanto, o Espírito Santo utilizou a linguagem literária de cada um, sendo assim, podemos creditar a estes homens uma Co-autoria.
COMO A BÍBLIA CHEGOU ATÉ NÓS?
A Bíblia, própriamente dita, não chegou até nós, assim inteirinha como a temos hoje. Chegou-nos em parte ou seja, em muitíssimos pedaços (literalmente). Como? Vejamos:
Devido aos constantes ataques e invasões das Nações inimigas, os detentores das chamadas “Escrituras Sagradas “, seus autores, ajudantes ou outros, fizeram várias cópias dos Papiros (fibras de plantas entrelaçadas que eram utilizadas para se escrever) e, juntamente com os originais, os encerraram em jarros de barro, selaram suas bôcas com betume (piche) e os esconderam em cavernas nas encostas dos morros que rodeiam o Mar-Morto, na localidade denominada de “QUNRAM “, que fica no deserto de Judá.
Os ROLOS foram descobertos por volta de 1947 por Beduínos Árabes (Pastores), que procuravam naquelas encostas, ovelhas desgarradas e, julgando terem elas entrado nas cavernas que existiam ali passaram a entrar nelas à procura de suas ovelhas, foi quando, por providência divina, encontraram os vasos de barro lacrados e pensando ter neles “algo de muito precioso, talvez um tesouro”, os quebraram e percebendo serem escritos antigos, levaram alguns rolos, rasgaram-nos em pedaços e passaram a vendê-los à prêço-de-bananas aos turistas como relíquias, sem saberem realmente do valor de tal “TESOURO”.
Um destes pedaços caiu nas mãos de um Historiador e Arqueólogo de nome Sir Wood, que, constatando tratar-se de parte do original do livro de Isaías, conseguiu “convencer”os Beduínos a mostrarem-lhe onde os acharam, quanto aos outros pedaços, Wood fez uma severa investigação, descobrindo onde foram parar todos os outros pedaços e conseguindo recuperar quase todos, que estavam espalhados mundo a fora.
Após a ação Arqueológica em Qunram, que durou anos, muitos escritos Bíblicos e não-Bíblicos foram achados nestas cavernas que receberam nomes como: 1Q, 2Q, 4Q, assim por diante.
Também foram encontrados textos dos livros DEUTOROCANÔNICOS ou APÓCRIFOS ou simplesmente HISTÓRICOS (sem reconhecimento da inspiração divina).
Em 1947, em Ain Fashka, à 11 Km de Jericó e à 1.600 Km do Mar Morto, na encosta rochosa da montanha, foi encontrado numa COVA o texto completo de Isaías, escrito à 2.000 anos.
À partir daí, então, as descobertas arqueológicas, passaram a confirmar os textos à medida que as escavações iam descobrindo cidades e locais descritos nas Escrituras encontradas.
COMO SE JUNTARAM, ENTÃO, OS ROLOS PARA SE FORMAR A BÍBLIA COMO HOJE A TEMOS?
Isto foi feito através de um sistema próprio, criado pelos judeus e aceito por todos os estudiosos do mundo (sendo que em alguns aspectos, notadamente, os Apócrifos, foram modificados pelos Católicos), denominado CÂNON.
O QUE É CÂNON?
Do vocábulo grego KÂNON (de origem semítica), sendo o mesmo que o vocábulo hebraico GÃNEH (Ez 40.3) que originalmente significava “Instrumento de medir”, o mesmo que uma régua, mais tarde veio a ter o sentido metafórico de “Regra de Ação”. Assim sendo, o Cânon é uma Regulamentação para os Escritos serem aceitos como Inspirados por Deus (Espírito Santo).
COMO FOI EMPREGADO O CÂNON NAS ESCRITURAS?
Para primeiramente verificar a AUTENTICIDADE da Bíblia, estudiosos, historiadores, arqueólogos, clérigos etc, foram separados (cremos, por Deus), para provar tal autenticidade. Descobriu-se, então que a Bíblia é “AUTOPISTOS”, isto é, AUTO-IDENTIFICADORA ou seja, irradia de si mesma sua autoridade e que pelo TESTEMUNHO INTERNO DO ESPÍRITO SANTO, o homem recebe uma visão que o capacita à perceber esta luz.
Conforme afirma o “CONFÉSSIO BÉLGICA” Art.V (Confissão Belga, ista é, Reunião de Concílio realizado na Bélgica para análise e apuração da Autenticidade das Escrituras Sagradas):
“Cremos, sem qualquer dúvida, em tudo quanto está implicado nelas, e não tanto porque a Igreja as aceita e considera como tais, mas, especialmente, porque o Espírito Santo presta testemunho em nossos corações de que Elas provém de Deus”.
QUE ISTO QUER DIZER?
Quer dizer que, embora os Concílios fossem Eclesiásticos e formados por diversos estudiosos de vários seguimentos, isto é, de homens caspacitados, a AUTORIDADE DIVINA DOS ESCRITOS, era tão SOBRENATURALMENTE CLARA que o ESPÍRITO SANTO faziam-nos não ter dúvidas em declará-los autênticos (haja visto que tais Concílios não foram constituídpos para dar-lhes autoridade e sim conferir-lhe sua autenticidade).
Assim sendo, seguiu-se o reconhecimento dos textos separados e seus ajuntamentos, conforme iam sendo descobertos.
O Cânon do Velho Testamento veio à completar-se, tal como está hoje, e nenhum livro mais pode se juntar à estes, pois julga-se não mais existirem outros devido ao esgotamento das descobertas arqueológicas e da certeza de que o que temos é o que de mais completo possa existir.
O Cânon do Novo Testamento, foi fixado de maneira um tanto diferente (tendo porém a mesma essência da Autoridade Divina), sendo que a principal caracter’stica era de que um livro para ser reconhecido deveria conter uma informaçãode um livro anterior. Ex.: - Formas introdutórias como: “Está Escrito...” ou “Como dizem as Escrituras...” etc. Ou como neste exemplo prático: Mt 26.54-56 / Lc 4.16-21 é referente à Is 61.1-3.
Outra regra também utilizada foi a de que, nos casos das Epístolas, estas contivessem a base doutrinária das Escrituras e principalmente dos Evangelhos já completos e reconhecidos. Ex.: I Cor 11.23-34.
O Livro de Atos dos Apóstolos, mais frequentemente crido ter sido escrito por Lucas, foi incluído nas no Cânon, por ser ter sido reconhecido como a História da Igreja e porque é frequentemente citados em seus textos, passagens e ensinamentos doutrinários das Sagradas Escrituras, assim com seu início está em perfeita harmonia com o final de todos os quatro Evangelhos.
O livro de Hebreus, embora não se tenha um autor definido (muitos aceitam Paulo como seu autor, embora sua forma literária diferir em muitos pontos com a de Paulo), foi incluído por conter as mesmas informações solicitadas pelo Cânon e, principalmente, pelos princípios básicos doutrinários aceitos pelos cânones.
CONCLUSÃO:
Tudo isto chegou-nos graças, primeiramente à Deus, que providenciou que um General Greco-Macedônico chamado ALEXANDRE, conhecido também por “ALEXANDRE, O GRANDE”, guerreiro que conquistou o mundo da época e amante das artes e literatura, apaixonado por livro s e pela cultura grega, e que se gabava de ter todos os livros do mundo (a Biblioteca que fez no Egito, na cidade de Alexandrina que ele fundou, tinha 20.000 livros de todas as nacionalidades recolhidos durante suas conquistas), foi alertado por seu mordomo judeu de que ainda lhe faltava um livro, as ESCRITURAS SAGRADAS JUDAICAS”, Alexandre não se conformando com isso, 2mandou chamar 70 sábios tanto destros na língua grega como na língua hebraica para traduzí-las para o grego (chamou-se a este movimento de SEPTUAGINTA), beneficiando assim o próprio povo de Deus que, naquela época já não falava mais sua própria língua de tão “ helenizado ”que estava.
O VELHO TESTAMENTO:
O Velho Testamento tem 39 livros e inclui o chamado PENTATEUCO, isto é, os 5 primeiros livros escritos por Moisés: Gênesis, Êxodo, Levitico, Números e Deuteronômio.
A palavra PENTATEUCO derivante do grego PENTATEUCHOS, quer dizer “Livro dos 5 Volumes”, no Hebraico recebe o nome de HATTÔRÁ ou simplesmente TORÁ, “O LIVRO DA LEI”.
A História do Povo Escolhido, sua Cultutra, Poesia, Música e Filosofia estão contidas neste livro que levou cerca de 1.500 anos para ser escrito por cerca de 30 pessoas.
O NOVO TESTAMENTO:
O Novo Testamento quer dizer “Novo Pacto” ou “Nova Aliança”, como está escrito em I Cor 11.25.
Ë composto de 27 livros (inclusive as Epístolas), que levaram cerca de 100 anos para ser escrito, sendo que os 4 primeiros são chamados de EVANGELHOS, que em grego quer dizer “Boas Novas”.
Os Evangelhos tratam do Nascimento, Vida, Ministério, Morte e Ressurreição de JESUS CRISTO, Homem, Filho de DEUS, Rei, DEUS e Salvador de nossas almas. Consta ainda do Novo Testamento o livro de Atos (História da Igreja), as Epístolas dos Apóstolos e a Revelação Suprema dos Últimos dias: APOCALIPSE (grego= Apokalipsus).
DIVISÃO DA BÍBLIA:
Históricos / Poéticos / Proféticos / Evangelhos / Atos / Epístolas / Apocalipse
Antigo Testamento = 39 livros
Escrito originalmente em Hebraico, com alguns poucos textos em Aramaico ( dialeto Hebraico muito utilizado como linguagem comum - diária).
- 5 Legalistas (Leis de Israel) : PENTATEUCO = Gn / Ex / Le / Nm / Dt
- 12 Históricos (Elevação e Queda de Israel) : Js / Jz / Rt / I e II Sm / I e II Rs / I e II Cr / Es / Ne / Et
- 5 Poéticos (Literatura da Idade Áurea de Israel) : Jó / Sl / Pv / Ec / Ct
- 15 Proféticos (Literatura dos dias tenebrosos de Israel), dividem-se em:
Profetas Maiores= Is / Jr / Lj / Ez / Ml / Zc
Profetas Menores=Dn / Os / Jl / Am / Ob / Jn / Mq / Nu / Hc / Sf / Ag
Novo Testamento = 27 livros
Escrito originalmente em Grego Koiné (língua mais popular), sendo que o livro de Lucas foi escrito pelo próprio em Grego Clássico (mais utilizado pelas elites da época) e mais tarde traduzido para o Koiné.
- 4 Evangelhos (Concretização da Esperança Messiânica)
- São chamados de Evangelhos “Sinóticos” porque apresentam a vida de Jesus Cristo do mesmo ponto de vista geral, registrando, praticamente os mesmos fatos.
COMO VÊEM JESUS CRISTO:
Mateus _______REI
Marcos_______As proezas do HOMEM-DEUS
Lucas________HOMEM
João_________DEUS
ASSUNTOS DE CADA LIVRO DO ANTIGO TESTAMENTO:
Gênesis_______ A Fundação da Nação Hebraica
Êxodo_________O Concerto com a nação Hebraica
Levítico________As Leis da Nação Hebraica
Números_______A viagem para a Terra Prometida
Deuteronômio__ As Leris da Nação Hebraica
Josué_________ A Conquista de Canaã
Juízes_________ Os primeiros 300 anos da Terra Prometida
Rute___________Os primórdios da Família Messiânica de Davi
I Samuel_______ A organização do Reino
II Samuel______ O Reinado de Davi
I Reis_________ A divisão do reino
II Reis________ A história do reino dividido
Esdras________ A volta do cativeiro
Neemias_______A reconstrução de Jerusalém
Ester__________Israel escapa do extermínio
Jó ____________A problemática do sofrimento
Salmos________Os Hinos de Israel
Provérbios_____A sabedoria de Salomão
Eclesiastes____ A vaidade da vida terrena
ASSUNTOS DE CADA LIVRO DO NOVO TESTAMENTO:
Mateus_________ Jesus, o Messias
Marcos_________ Jesus, o Maravilhoso
Lucas__________ Jesus, o Filho do Homem
João___________ Jesus, o Filho de Deus
Atos___________ Formação da Igreja
Romanos_______ Natureza da obra de acristo
I Coríntios______As várias desordens na Igreja
II Coríntios_____ Paulo vindica seu Apostolado
Gálatas_________Pela Graça, não pela Lei
Efésios_________A Unidade da Igreja
Filipenses_______Uma Epístola missionária
Colossenses_____A Divindade de Jesus
I Tessalonissences_A Segunda Vinda de Cristo
II Tessalonicenses_A Segunda Vinda de Cristo
I Timóteo______Cuidado pela Igreja de Éfeso
II Timóteo_____ Conselhos Finais de Paulo
Tito__________ As Igrejas de Creta
Filemon_______ A Conversão de um Escravo Fugitivo
Hebreus_______Cristo, mediador de um Novo Concerto
Tiago_________As Boas Obras
I Pedro________A Igreja Perseguida
II Pedro_______A Apostasia Predita
I João_________O Amor
II João________ A precaução contra os Falsos Mestres
III João_______A Rejeição de Auxiliares de João
Judas_________A Apostasia Eminente
Apocalipse____O Triunfo Final de Cristo
COMO SE ESTUDA A BÍBLIA ?
- A Bíblia não pode ser lida simplesmente. È necessário que a estudemos com aplicação e mente aberta, pois, a Palavra é viva e pode-se ter entendimentos diversos em diferentes ocasiões em que for lida, mas, em se conhecendo os fundamentos, poderemos ter um entendimento único, oportuno e fiel, e, desta forma, saber onde existe ou não uma distorção da mesma.
- O nome do estudo da Bíblia é TEOLOGIA.
- Teologia quer dizer: Estudo de Deus ou seja, Theo = Deus e Logia=logos=Estudo ( Grego ).
- A Teologia é dividida em várias disciplinas para que se possa alcançar o máximo possível da compreensão da Palavra:
• TEOLOGIA SISTEMÁTICA = Estuda das doutrinas separadamente ( Doutrina da Salvação, Doutrina de Deus, de Jesus Cristo, do Homem, do Pecado, dos Últimos Dias ).
• TEOLOGIA DO VELHO TESTAMENTO = Estuda como se Deus era cultuado no Velho Testamento.
• TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO = Estuda como se Deus era cultuado no Novo Testamento.
• TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA = Estuda como se crê em Deus nos nossos dias.
- Com o crescimento do interesse na Teologia e com Teólogos sedentos de “ descobrir novas doutrinas “ ou mesmo criá-las, surgiram nos últimos anos novos entendimentos e “ Novas Teologias “ , como, por exemplo, a TEOLOGIA DA PROSPERIDADE que procura justificar a prosperidade Bíblica.
Estudo 2
Introdução à Teologia Sistemática
O QUE É TEOLOGIA?
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A palavra “teologia” vem de duas palavras gregas que significam “Deus” e “palavra”. Combinadas, temos a palavra “teologia”, que significa “estudo de Deus”. A palavra “sistemática” se refere a algo que colocamos em um sistema. Teologia sistemática é, então, a divisão da Teologia em sistemas que explicam suas várias áreas. Por exemplo, muitos livros da Bíblia dão informações sobre os anjos. Nenhum livro sozinho dá todas as informações sobre os anjos. A Teologia Sistemática coleta todas as informações sobre os anjos de todos os livros da Bíblia e as organiza em um sistema: Angelologia. Isto é a Teologia Sistemática: a organização de ensinamentos da Bíblia em sistemas de categorias.
Teologia Própria é o estudo de Deus o Pai. Cristologia é o estudo de Deus o Filho, o Senhor Jesus Cristo. Pneumatologia é o estudo de Deus o Espírito Santo. Bibliologia é o estudo da Bíblia. Soteriologia é o estudo da salvação. Eclesiologia é o estudo da igreja. Escatologia é o estudo do fim dos tempos. Angelologia é o estudo dos anjos. Demonologia Cristã é o estudo dos demônios sob uma perspectiva cristã. Antropologia Cristã é o estudo da humanidade. Hamartiologia é o estudo do pecado.
Teologia Bíblica é estudar um certo livro (ou livros) da Bíblia e enfatizar os diferentes aspectos da Teologia que ele focaliza. Por exemplo, o Evangelho de João é muito Cristológico, pois focaliza muito na divindade de Cristo (João 1:1,14; 8:58; 10:30; 20:28). A Teologia Histórica é o estudo das doutrinas e como elas se desenvolveram através dos séculos da igreja cristã. A Teologia Dogmática é um estudo das doutrinas de certos grupos cristãos que possuem doutrinas sistematizadas, por exemplo a Teologia Calvinista e Dispensacional. A Teologia Contemporânea é o estudo das doutrinas que se desenvolveram ou têm estado em foco recentemente. A Teologia Sistamática é uma importante ferramenta em nos ajudar a compreender e ensinar a Bíblia de uma forma organizada.
Qualquer estudo que expresse o que a Bíblia ensina sobre qualquer assunto, pode ser considerado teologia. É importante considerar a sistematização do estudo, daí a chamada Teologia Sistemática. É uma maneira de facilitar o entendimento do que a Bíblia ensina.
Meu objetivo aqui é ir diretamente ao texto bíblico para tentar entender o que a Bíblia diz sobre os assuntos a serem considerados. Parto do pressuposto de que a Bíblia é a autoridade final em definir aquilo em que devemos crer. Como diz Charles Hodge: “As idéias obtidas por intuição, por observação ou por experiência são válidas na teologia somente se forem sustentadas pelo ensino das Escrituras”. E nas palavras de Martinho Lutero: “Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”.
O estudo teológico aqui, concentra-se na compilação e na sintetização das passagens bíblicas sobre um determinado assunto. Procurarei ser breve e compreensível na formulação dos conceitos e explicações. Para isso serão usados termos que não se encontram na Bíblia, mas que resumem conceitos bíblicos, como, Trindade, encarnação e divindade de Cristo.
Um aspecto de suma importância no estudo teológico, é a sua aplicabilidade. Nenhum estudo bíblico tem um fim em si mesmo, isolado da vida prática. Embora a teologia se refira mais ao que Deus quer que creiamos e conheçamos, não podemos ignorar o aspecto ético que está ligado mais ao que fazemos.
Uma pergunta que já me fizeram várias vezes é se minha igreja tem doutrina. É uma pergunta tendenciosa ou no mínimo ingênua, feita para um pastor. Geralmente quando alguém faz esse tipo de pergunta, está se referindo aos ensinos próprios de sua igreja e que são tidos como identidade daquele grupo. O que é doutrina? A palavra doutrina significa ensino. Vem de uma palavra grega que deu origem à nossa palavra didática. Na verdade toda igreja tem doutrina. Resta considerar se a doutrina é o que a Bíblia ensina sobre determinado assunto.
OS CRISTÃOS PRECISAM ESTUDAR TEOLOGIA
Será que não basta ler a Bíblia regularmente? Por que estudar teologia? Jesus falou da necessidade de ensinarmos os crentes a obedecer a tudo o que ele ordenou (Mt 28.20). Isso inclui interpretação e aplicação do Novo e Antigo Testamento. Cumprir esse mandamento de Jesus é ensinar o que a Bíblia toda nos ensina hoje. Para isso, é necessário compilar e resumir todas as passagens bíblicas sobre um assunto específico. Levaríamos muito tempo para reunir tudo o que a Bíblia diz sobre diversos assuntos. Para isso temos o trabalho de estudiosos que têm feito essas pesquisas de modo aprofundado. Nosso estudo e ensino serão mais efetivos se conhecermos todos os textos bíblicos possíveis sobre os assuntos considerados e resumirmos todo esse conhecimento. É aqui que começamos a ver a importância da teologia sistemática. Essa, portanto, é a razão básica para estudarmos teologia.
Além disso, o estudo da teologia nos ajudar a superar os conceitos errados, dando-nos embasamento doutrinário sobre questões polêmicas. Estudar teologia é como montar um quebra-cabeça. Quanto mais peças conseguirmos encontrar e colocar nos devidos lugares, mais fácil ficará colocar outras. Um cristão que estuda teologia se torna mais maduro, pois o ensino está relacionado com a piedade (1 Tm 6.3).
CUIDADO COM AS OBJEÇÕES
Vivemos numa sociedade cada vez mais cética para as verdades de Deus. Há uma crença filosófica de que não se pode chegar a conclusões finais sobre nada. É aquela idéia de que tudo é relativo e nada é absoluto. Quando estudamos teologia, devemos ousar enfrentar essas idéias e não temer fazer afirmações categóricas a partir da Bíblia – A Palavra de Deus.
Além de serem contrários a afirmações conclusivas sobre qualquer assunto, mesmo com base na Bíblia, muitos, no que parece ser um bom argumento, dizem que devemos estudar teologia apenas para tratar dos assuntos que a Bíblia já explicita. A questão é que a Bíblia não fala de tudo que nos envolve, nem poderia, pois muito do que nos interessa hoje, não fazia parte da vida das pessoas nos tempos bíblicos. Por exemplo: O que a Bíblia diz sobre o fumo? Nada. Porque o fumo não fazia parte daqueles dias, como é tão comum atualmente. Portanto, mesmo não tratando especificamente sobre determinados assuntos, a Bíblia tem princípios que se aplicam a tudo. O estudo da teologia se presta também a isso, ver a vida à luz dos ensinamentos da Palavra de Deus – A Bíblia.
DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM RESPONSABILIDADE
1. Devemos estudar teologia com oração. A Palavra de Deus é discernida espiritualmente. Por isso, devemos orar pedindo a Deus que abra os nossos olhos para podermos ver as maravilhas de sua lei (1 Co 2.14; Sl 119.18). Entender a Bíblia é uma virtude espiritual que somente Deus pode nos dar (Ef 1.17-19). A qualidade de nosso estudo teológico passa pela qualidade de nossa espiritualidade, que se manifesta numa vida de dependência de Deus pela oração.
2. Devemos estudar teologia com humildade. A Bíblia diz que “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (1 Pe 5.5). À medida que aprendemos das Escrituras, devemos ter o cuidado de não nos orgulharmos, assumindo assim uma atitude de superioridade em relação àqueles que não conhecem o que temos estudado. Para evitar o orgulho, devemos associar o conhecimento ao amor (1 Co 8.1).
3. Devemos estudar teologia com a razão. Podemos e devemos usar nossa razão para estudar e tirar conclusões do estudo das Escrituras Sagradas, mas nunca fazer deduções que contradiga o que a própria Bíblia diz. Nossas conclusões lógicas podem muitas vezes ser errôneas, pois os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos pensamentos (Is 55.8-9). A Bíblia é a essência da verdade, e todo o seu conteúdo é justo e permanente (Sl 119.160). Toda conclusão lógica que tivermos ao estudar teologia, deve estar em harmonia com toda a Bíblia. Caso contrário, nossa lógica está enganada, pois a Bíblia não se contradiz jamais.
4. Devemos estudar teologia com a ajuda de outros. Deus estabeleceu mestres na igreja (1 Co 12.28). Isso significa que devemos ler livros escritos por teólogos preparados. Conversar com outros cristãos sobre teologia é também uma excelente maneira de conhecer mais sobre Deus.
5. Devemos estudar teologia compilando passagens bíblicas. O uso de uma boa concordância bíblica nos ajudará a procurar palavras-chave sobre determinado assunto. Resumir versículos relevantes e estudar passagens difíceis também ajuda. É grande a alegria ao descobrir temas bíblicos. É a recompensa do próprio estudo.
6. Devemos estudar teologia com alegria. Não podemos estudar teologia de forma fria, pois ela trata do Deus vivo e de suas maravilhas. O estudo da Bíblia é uma maneira de amar a Deus de todo o coração (Dt 6.5), pois seus ensinamentos “dão alegria ao coração”, são grandes riquezas (Sl 19.8; 119.14). No estudo da teologia somos levados a dizer: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém” (Rm 11.33-36).
A Doutrina da Palavra de Deus (1)
A Doutrina de Deus (2)
A Doutrina do Homem (3)
As Doutrinas de Cristo e do Espírito Santo (4)
A Doutrina da aplicação da redenção (5)
A Doutrina da Igreja (6)
A Doutrina do futuro (7)
Estudo 3
DOUTRINA DE DEUS
O nome de Deus:
A tradição Judaica conta que ainda na época de seus antepassados, os Hebreus, o nome de Deus foi “ escondido “ por respeito à sua santidade, pois, diziam que o homem não tinha santidade alguma para pronunciá-lo ou mesmo para escrevê-lo. O nome de Deus era tão respeitado entre os Judeus que entre muitos grupos de religiosos escrevia-se seu nome, ou o correspondente ao seu nome, com uma caneta de ouro. Também era considerado blasfêmia e grave pecado, pronunciá-lo em comentários comuns, corriqueiros ou mesmo informalmente. Mais tarde tal tradição ganhou força de mandamento ao ser colocada nas tábuas das leis:
Ex 20.7 “ Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão.”
O que estes antepassados fizeram então ? Simplesmente eles aboliram do nome de Deus ( que ele conheciam ) todas as vogais, tirando-as de todos os manuscritos e até proibindo sua pronúncia para qualquer um até que elas fossem esquecidas, e foram...
Restaram então somente as consoantes: YHHV, as quais, durante o 3º e o 1º século a.C ( antes de Cristo ) em Alexandria, cidade no Egito, fundada por Alexandre “ o Grande “ para ser a sede das artes do mundo que conquistara, ao serem traduzidos os papiros das Sagradas Escrituras Hebraicas para o Grego Koiné ( linguagem coloquial e mais popular do Grego ), por Setenta Rabinos versados tanto na língua hebraica quanto no grego, também conhecida como “ Septuaginta “ ( dizem terem sido traduzidas em 72 dias ), que se tornou a base para a tradução atual da Bíblia e proporcionou ao pavo judeu escravizado e que naquela altura estava se “ esquecendo de sua língua “, por usar mais o grego ( devido a dominação grega , chamada de Helenismo ), foram acrescentadas as vogais da palavra grega “ Adonai “, para que pudessem denominar a pessoa de Deus na versão traduzida e, por conseguinte, ficou da assim: yheovha ( ou, em português: Jeová ). Muitos preferem outra forma encontrada em alguns outros manuscritos: yhaveh ( Yavé ), ambos, hoje, substituem o nome de Deus, perdido pelo tempo.
Ex 6.2: “ Falou mais Deus a Moisés e disse: Eu sou Jeová “
Como é Deus ?
Jo 4.24 “ Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”
A própria Palavra de Deus explica: DEUS É ESPÍRITO, isto é não tem corpo, não tem forma... mas será que baseados em Gn 1.26a, onde Deus diz: “ Façamos o homem a nossa imagem e semelhança “, podemos conjecturar ter Deus um “ corpo “ parecido, pelo menos em forma igual ao nosso ? Não se pode afirmar, mas somos bem inteligentes e podemos ao menos imaginar esta possibilidade, pois “ nossa imagem “ quer dizer algo parecido, mas que pode não ser exatamente igual... e não será mesmo, pois temos um corpo corruptível, isto é, que se deteriora com o tempo e o de Deus não, pois não é carne, não é físico, é espiritual... invisível e incorruptível !
Existência de Deus:
Deus não foi criado por ninguém. Ele existe em si mesmo e é a própria expressão de sua existência ! Difícil de entender ? Vejamos, Ele próprio diz, quando indagado por Moisés:
Ex 3.14: “ Eu sou o que sou. “ ... Simplesmente Deus existe...
Hb 13.8: “ Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje e eternamente. “... sempre existiu e eternamente existirá !
Bom sabermos também que a nossa própria existência dependeu da existência de Deus, além da sua vontade: Jo 1.3 “ Todas coisas foram feitas por intermédio dele e sem ele nada que foi feito se fez “
A relação de Deus com o homem:
A relação de Deus com o homem sempre foi uma relação de amor e de cuidado. Deus não somente nos criou, mas também nos sustenta e mantém.
Gn2.7-22 “ E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente. Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado.
E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal...Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar;
e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem... “
Desde a formação do homem, Deus sempre esteve presente em sua vida e sua caminhada, participou de tudo em relação ao homem... dirigiu-o, indignou-se, arrependeu-se, terminou com a sua criação, mas por amor deixou um remanescente e recomeçou de novo... separou um povo para si ( Judeus ) e participou ativamente de sua história, ora ensinando-os com amor, ora dirigindo-os com mão de ferro, ora infringindo a eles escravidões e invasões para que reconhecessem sua dependência deles.
Veja como Deus esteve presente na vida do homem em todas as suas fases:
• À partir da criação: Gn 3.8 “ E ouvindo a voz do senhor Deus, que passeava no Jardim à tardinha... “ O próprio Deus se avistava com o homem no princípio da criação, Deus todos os dias o procurava para conversar, além de ter proporcionado ao homem todo o seu sustento.
• Após a queda do homem: II Rs 17.13 Todavia o Senhor advertiu a Israel e a Judá pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Voltai de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas. Após a queda do homem, Deus utilizou-se de homens separados por Ele para fazer a ligação entre Ele, Deus, e os homens. Os Profetas ( os realmente de Deus – existiram muitos falsos e ainda existem ), foram a base de Deus para dirigir a vida de Reis, soberanos, fies, incrédulos e homens comuns até...
• Jesus Cristo, foi prometido ao homem ainda no início da criação, Jesus é Deus ( veremos na Doutrina da Trindade ) encarnado: Gn 3. 15 Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. Jesus esteve entre os homens e os ensinou preciosidades, ensinou-os sobre Deus, a tratá-lo com pai, ensinou sobre um Deus soberano e que pode todas as coisas. Mas seu ministério entre nó durou cerca de três anos e meio e foi interrompido com sua morte, mas, nem por isso Deus nos deixou órfão, enviou-nos em seu lugar...
• O Espírito Santo: Jo 14. 16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador, para que fique convosco para sempre.a saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós.Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós.Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais; mas vós me vereis, porque eu vivo, e vós vivereis.Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós. O Espírito Santo é o PARAKLETO, palavra grega que quer dizer: “ o outro igual a ... “ , sim, o Espírito Santo é o Parakleto de Deus, ou seja, o outro igual a Deus ( Jesus ), e é Ele quem está conosco até os dias de hoje. Sua principal função é dirigir a Igreja na pessoa de seus representantes aqui na terra: Os Filhos de Deus.
CONCLUSÃO:
DEUS É ESPÍRITO, QUE EXISTE E SUBESXISTE EM SI PRÓPRIO, CRIADOR DE TODAS AS COISAS E MANTENEDOR DE TUDO O QUE CRIOU. QUE CRIOU-NOS À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA E MESMO ANTE DE NOSSA INDIFERENÇA, JAMAIS DESISTIU DE SEU AMOR, E SE FEZ HOMEM PARA NOS SALVAR E CONTINUA CONOSCO NA PESSOA DO ESPÍRITO SANTO.
Estudo 4
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O pós-milenismo é a escola escatológica que defende que Cristo virá pela segunda vez, ao término do Milênio. Muitos pós-milenistas crêem que a era Milenar iniciou-se quando Cristo foi assunto ao céu, e outros crêem que ela surgirá quando o Evangelho houver sido pregado em toda terra, promovendo uma Era Áurea de Justiça e Paz para a humanidade.
O Pós-milenismo espera que a grande maioria da população mundial se converterá à Cristo antes de Seu retorno glorioso. Compete à igreja cristã divulgar Seus ensinamentos, discipulando as nações, ensinando seus povos a aplicar os princípios do Reino de Deus em cada área da vida humana.
O Pós-milenismo defende uma interpretação preterista das profecias apocalíptcas, e crê que o sermão profético de Jesus, narrado em Mateus 24, cumpriu-se ainda naquela geração, com a queda de Jerusalém pelas mãos dos romanos.
Muitos pregadores e teólogos de renome foram pós-milenistas, entre eles, Agostinho, Calvino, os Puritanos, Jonathan Edwards, John Owen, Charles Spurgeon.
O Pós-milenismo foi descartado por muitos crentes após as duas grandes guerras. Mas está sendo retomado por muitos teólogos e pensadores cristãos.
No Brasil, enquanto a maioria das igrejas adota o pré-milenismo e o amilenismo, surgem novas igrejas, como a REINA - Igreja do Futuro, que resgatam a crença na expansão do Reino de Deus e no futuro promissor da raça humana.
Entre os teólogos pós-milenistas atuais, destacamos Gary North, Gary DeMar, Kenneth L. Gentry Jr, R. J. Rushdoony, Willian P. Mikler, e o brasileiro Hermes C. Fernandes.
Amilenismo
O amilenismo, ou amilenianismo, na escatologia cristã, é uma interpretação do capítulo 20 do Apocalipse. Segundo esta interpretação, o "reinado de mil anos" de Cristo é visto de uma perspectiva não literal, figurativa ou simbólica.
• Escatologia
• Teologia cristã
O amilenismo crê que o milênio de Apocalipse 20 deve ser interpretado simbolicamente. Ao contrário do que a palavra deixa a entender, sendo ausência de milênio, o amilenismo crê num milênio, porém não da forma literal como os pré-tribulacionistas ou os pós-tribulacionistas. O amilenismo clássico crê num milênio que iniciou-se com a primeira Vinda de Cristo, representando o período do Evangelho, que segue entre a Ressurreição de Cristo e a Segunda Vinda de Cristo. Entende, assim, a primeira ressurreição de modo espiritual: se a segunda morte é a separação de Deus no lago de fogo, a primeira ressurreição é a união com Cristo até a resurreição dos justos, para o juízo final. Logo, espiritualmente, os mortos em Cristo já estariam participando do milênio no Paraíso, encontrado no Terceiro Céu, onde Deus habita. Durante esse período, Satanás estaria preso der modo não total, ficando inerte, mas teria seu poder limitado com a morte e ressurreição de Cristo, de modo que não pode impedir o crescimento do Evangelho. De modo geral, o Milênio, na visão amilenista, seria o período da Dispensação da Graça, onde os justos falecidos habitariam com Deus e Satanás teria seu poder limitado, culminando com a Volta de Cristo e com o Juízo Final e único, iniciando a Eternidade.
Teologia Calvinista
Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus Ef2.8
O Milênio: Explicação das três posições principais. Amilenismo, Pós-milenismo e Pré-milenismo.
A palavra ‘milênio’ significa “mil anos” (do lat. Millennium, “mil anos”). O termo vem de Apocalipse 20.4-5, onde se diz que “viveram e reinaram com Cristo durante mil anos”. Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Poucos antes dessa declaração, lemos que um anjo desceu céu, agarrou o diabo “e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não enganasse as nações até se completarem os mil anos” (Ap 20.2-3).
Ao longo da história da igreja tem havido três visões principais sobre a época e a natureza desse “milênio”.
1. Amilenismo: A primeira posição aqui explicada, o amilenismo, é realmente a mais simples. Pode ser ilustrada pela figura 55.1:
Figura 55.1 - Amilenismo
Segundo essa posição, a passagem de Apocalipse 20.1-10 descreve a presente era da igreja. Trata-se de uma era em que a influência de Satanás sobre as nações sofre grande redução de modo que o evangelho pode ser pregado por todo o mundo. Aqueles que reinam com Cristo por mil anos são os cristãos que morreram e já estão reinando com Cristo no céu. O reino de Cristo no milênio, segundo esse ponto de vista, não é um reino físico aqui na terra, mas sim o reino celestial sobre o qual ele falou ao declarar: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18).
Esse ponto de vista é chamado “amilenista” por sustentar que não existe nenhum milênio que ainda esteja por vir. Como os amilenistas crêem que Apocalipse 20 está-se cumprindo agora na era da igreja, sustentam que o “milênio” aqui descrito já está em curso no presente. A duração exata da era da igreja não pode ser conhecida, e a expressão “mil anos” é simplesmente uma figura de linguagem par um longo período em que os propósitos perfeitos de Deus vão se realizar.
De acordo com essa posição, a presente era da igreja continuará até o tempo da volta de Cristo (veja figura 55.1). Quando Cristo voltar, haverá ressurreição tanto de crentes como de incrédulos. Os crentes terão o corpo ressuscitado e unido novamente com o espírito e entrarão no pleno gozo do céu para sempre. Os incrédulos serão ressuscitados para enfrentar o julgamento final e a condenação eterna. Os crentes também comparecerão diante do tribunal de Cristo (2 Co 5.10), mas esse julgamento irá apenas determinar os graus de recompensa no céu, pois só os incrédulos serão condenados eternamente. Por esse tempo também começarão o novo céu e a nova terra. Imediatamente após o juízo final, o estado eterno terá início e permanecerá para sempre.
Esse esquema é bem simples porque nele todos os eventos dos tempos do fim ocorrem de uma só vez, imediatamente após a volta de Cristo. Alguns amilenistas dizem que Cristo pode voltar a qualquer momento, enquanto outros (como Berkhof) alegam que alguns sinais ainda não se cumpriram.
2. Pós-milenismo: O prefixo pós significa “depois”. Segundo esse ponto de vista, Cristo voltará após o milênio. A posição pós-milenista pode ser representada pela figura 55.2.
Figura 55.2 - Pós-milenismo
Segundo esse ponto de vista, o avanço do evangelho e o crescimento da igreja se acentuarão de forma gradativa, de tal modo que uma proporção cada vez maior da população mundial se tornará cristã. Como conseqüência, haverá influências cristãs significativas na sociedade, esta funcionará mais e mais de acordo com os padrões de Deus e gradualmente virá uma “era milenar” de paz e justiça sobre a terra. Esse “milênio” durará um longo período (não necessariamente de mil anos literais) e, por fim, ao final desse período, Cristo voltará à terra, crentes e incrédulos será ressuscitados, ocorrerá o juízo final e haverá um novo céu e uma nova terra. Entraremos então no estado eterno.
A característica principal do pós-milenismo é ser muito otimista acerca do poder do evangelho par mudar vidas e estabelecer o bem no mundo. A crença no pós-milenismo tende a aumentar em época em que a igreja experimenta grande avivamento, há ausência de guerras e conflitos internacionais e aparentemente se obtêm grandes avanços na vitória sobre o mal e sobre o sofrimento no mundo. Mas o pós0milenismo em sua forma mais responsável não se baseia simplesmente na observação dos eventos do mundo em nossa volta, mas em argumentos extraídos de várias passagens da Escrituras, as quais examinaremos abaixo.
3.Pré-milenismo
a. Pré-milenismo clássico ou histórico: O prefixo “pré” significa “antes” e a posição pré-milenista diz que Cristo irá voltar antes do milênio. Esse ponto de vista é defendido desde os primeiros séculos do cristianismo. Pó ser representado como na figura 55.3.
Figura 55.3 - Pré-milenismo clássico ou histórico
Segundo esse ponto de vista, a presente era da igreja continuará até que, com a proximidade do fim, venha sobre a terra um período de grande tribulação e sofrimento (T na figura acima indica tribulação). Depois desse período de tribulação no final da era da igreja, Cristo voltará à terra estabelecer um reino milenar. Quando ele voltar, os crentes que tiverem morrido serão ressuscitados, terão o corpo reunido ao espírito, e esses crentes reinarão com Cristo sobre a terra por mil anos. (Alguns pré-milenistas o consideram mil anos literais, enquanto outros o entendem como expressão simbólica para um período longo.) Durante esse tempo, Cristo estará fisicamente presente sobre a terra em seu corpo ressurreto e dominará como Rei sobre toda a terra. Os crentes ressuscitados e os que estiverem sobre a terra quando Cristo voltar receberão o corpo glorificado da ressurreição, que nunca morrerá, e nesse corpo da ressurreição viverão sobre a terra e reinarão com Cristo. Quanto aos incrédulos que restarem sobre a terra, muitos (mas não todos) se converterão a Cristo e serão salvos. Jesus reinará em perfeita justiça e haverá paz por toda a terra. Muitos pré-milenistas sustentam que a terra será renovada e veremos de fato o novo céu e a nova terra durante esse período (mas a fidelidade a esse ponto não é essencial ao pré-milenismo, pois é possível ser pré-milenista e sustentar que o novo céu e a nova terra virão só depois do juízo final). No início desse tempo, Satanás será preso e lançado no abismo, de modo que não terá influência sobre a terra durante o milênio no abismo, de modo que não terá influência sobre a terra durante o milênio (Ap 20.1-3).
De acordo com o ponto de vista pré-milenista, no final dos mil anos Satanás será solto do abismo e unirá as forças com muitos incrédulos que se submeteram externamente ao reinado de Cristo, mas por dentro revolvem-se em revolta contra ele. Satanás reunirá esse povo rebelde para batalhar contra Cristo, mas serão derrotados definitivamente. Cristo então ressuscitará todos os incrédulos que tiverem morrido ao longo da história, e esses comparecerão diante dele para o julgamento final. Uma vez realizado o juízo final, os crentes entrarão no estrado eterno.
Parece que o pré-milenismo tende a crescer em popularidade à medida que a igreja experimenta perseguição e o sofrimento e o mal aumentam sobre a terra. Mas, assim como no caso do pós-milenismo, os argumentos a favor do pré-milenismo não se baseiam em observação de eventos correntes, mas em passagens específicas das Escrituras, especialmente (mas não exclusivamente) Apocalipse 20.1-10.
b. Pré-milenismo pré-tribulacionista (ou pré-milenismo dispensacionalista): Outra variedade de pré-milenismo conquistou ampla popularidade nos séculos XIX e XX, em especial no Reino Unido e nos Estado Unidos. Segundo essa posição, Cristo voltará não só antes do milênio (a volta de Cristo é pré-milenar), mas também ocorrerá antes da grande tribulação (a volta de Cristo é pré-tribulacional). Esse ponto de visa é semelhante à posição pré-milenista clássica mencionada acima, mas com uma importante diferença: acrescenta outra volta de Cristo antes de sua vinda para reinar sobre a terra no milênio. Essa volta é vista como um retorno secreto de Cristo para tirar os crentes do mundo. A visão pré-tribulacionista é representada na figura 55.4.
Figura 55.4 - Pré-milenismo pré-tribulacionista (ou pré-milenismo dispensacionalista)
Segundo esse ponto de vista, a era da igreja continuará até que, de repente, de maneira inesperada e secreta, Cristo chegará a meio caminho da terra e chamará para si os crentes: “...os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares” (1Ts 4.16-17). Cristo então retornará ao céu com os crentes arrebatados da terra. Quando isso acontecer, haverá uma grande tribulação sobre a terra por um período de sete anos.
Durante esse período de sete anos de tribulação, cumprir-se-ão muitos dos sinais que, segundo predições, precederiam a volta de Cristo. O grande ajuntamento da plenitude dos judeus ocorrerá à medida que eles aceitarem Cristo como o Messias. Em meio ao grande sofrimento haverá também muita evangelização eficaz, realizada em especial pelos novos cristãos judeus. Ao final da tribulação, Cristo voltará com os seus santos para reinar sobre a terra por mil anos. Depois desse período milenar haverá uma rebelião que resultará na derrota final de Satanás e suas forças, e então virá a ressurreição dos incrédulos, o último julgamento e o começo do estado eterno.
Deve-se mencionar outra característica do pré-milenismo pré-tribulacionista: essa postura se encontra quase exclusivamente entre os dispensacionalistas que desejam fazer distinção clara entre a igreja a Israel. Essa posição pré-tribulacionista permite que a distinção seja mantida, uma vez que a igreja é retirada do mundo antes da conversão geral do povo judeu. Esse povo judeu, portanto, permanecerá um grupo distinto da igreja. Outra característica do pré-milenismo pré-tribulacionista é sua insistência em interpretar as profecias bíblicas “literalmente sempre que possível”. Isso se aplica em especial a profecias do Antigo testamento acerca de Israel. Os que defendem essa posição argumentam que essas profecias da futura bênção de Deus a Israel ainda irão se cumprir entre o próprio povo judeu; elas não devem ser “espiritualizadas”, tentando-se ver o seu cumprimento na igreja. Por fim, uma característica atraente do pré-milenismo pré-tribulacionista é que ele permite às pessoas insistir em dizer que a volta de Cristo pode ocorrer “a qualquer momento” e, por essa razão, fazem justiça ao significado pleno das passagens que nos incentivam a estarmos prontos para a volta de Cristo, ao mesmo tempo que ainda admite um cumprimento bem literal dos sinais que precedem a sua volta, pois diz que lês se darão durante a tribulação.
Autor: Wayne Grudem
Fonte: Teologia Sistemática, pg. 946-951, Editora Vida Nova
Estudo 5
GRAÇA E PREDESTINAÇÃO
Introdução:
Pelos anos de experiência que tenho no Estudo da Palavra, pois me considero um eterno estudante e um pesquisador esforçado, além de ter passado por algumas denominações desde as mais tradicionais até as pentecostais, percebi que a mensagem da graça é bem aceita, embora nunca em sua complexidade, isto é, algumas denominações até tentam enveredar pelo caminho da graça, mas acabam por tentar mesclar tal mensagem com a prática da lei, acabando por criar uma grande confusão na cabeça dos membros sem que, eles mesmos, os que tentam prega-la, compreendam ser impossível tal mescla, pois a graça é a antítese da lei, ou seja, a graça é o oposto da Lei.
O fato é que enquanto a prática da Lei prende o fiel a rudimentos que, muitas vezes impedem o fiel de crescer espiritualmente, a graça se fundamenta no profundo estudo da Palavra de Deus, o que possibilita ao fiel o “ redescobrimento “ da verdade bíblica e o despojamento de prática legais que não se aplicar a igrja neo-testamentária.
A Lei, inserida no Velho Testamento, foi instrumento de suma importância para a graça, pois através da mesma o pecado foi exposto e pôde ser visto e combatido com as regras que o próprio Deus impôs ao seu povo. No entanto, tais práticas eram somente um “ treinamento “ para o exato reconhecimento daos pecados e erros humanos que seriam cada vez mais expostos à luz.
Desta forma, como diz a Palavra, já que nenhum homem teria condições de cumprir toda a Lei, Deus enviou seu Filho para que tudo fosse cumprido e para que inaugurasse a póxima e última dispensação sua igreja: a Graça !
Tento neste estudo, ao menos colaborar um pouco com o leigo, para que tome conhecimento de que através da Graça de Deus, o Senhor cumpre a sua promessa para conosco de maiores e melhores beneses. Estude, creia e seja feliz !
Como diz meu Apóstolo,
“ Assim seja, assim diz o Senhor “
Pastor Luiz Tamburro
Entendamos:
GRAÇA:
A palavra “ GRAÇA “ vem do hebraico “ heshed “ que é traduzida centenas de vezes por “ misericórdia “ e algumas dezenas por “ bondade e longanimidade “, apesar disto ela é freqüentemente encontrada em associação a palavra “ ALIANÇA “ , berith – geseher – niiah – hâthan, que quer dizer: PACTO e denota a atitude de fidelidade entre ambas as partes com conotação na confiança mútua entre Deus e o Salvo, ou seja, a falta de existência de exigências divinas para o recebimento das bênçãos, mas a plena confiança dos que são salvos de que Deus já os abençoou.
Algumas traduções de maior popularidade ou sigularidade a trazem como “ hen “ ( favor imerecido ) ou como “hedesh “ o ato de praticar a graça ( ou a misericórdia ) da parte deDeus, o que é mais facilmente compreendido pela maioria dos cristãos.
A GRAÇA X A LEI:
Os livros de João e Tito ( vede Jô 1.17 e Tt 2.11 ), afirmam categoricamente que a Graça entrou no mundo e na vida dos homens através de JESUS CRISTO, não que não tenha existido graça antes de Jesus Cristo ( isto é, no VT ), mas sim que a graça, naquele momento não estava no primeiro plano ou era utilizada por Deus para a preparação da sua plenitude em Jesus Cristo, é o que chamamos de “ Sabedoria Predestinada. “
Fica, assim, entendido que a Graça é anterior a Lei, mas atingiu toda a sua plenitude em Jesus Cristo com o cumprimento da própria Lei ( como veremos mais adiante ), vejamos alguns exemplos da graça na lei:
• Deus tratou os patriarcas como indivíduos por meio da promessa e com a nação por meio da lei. A lei não era primária, porém, esclarecia e salientava que espécie de “ heshd “ ( pacto de graça-misericórdia ) que Deus esperava de seu povo.
Portanto a Lei, que é o oposto da Graça, foi o instrumento para que o pecado se salientasse, ou seja, aparecesse, para que a Graça se sobrepujasse a ele e fosse compreendida:
“... onde abundou o pecado, superabundou a graça... ! ( Rm 5.20 )
• Eleição de Israel:
Pode-se ver que na própria Lei, a escolha e eleição do Povo de Israel como Povo de Deus, é um ato de pura SOBERANIA e GRAÇA (em detrimento a outros povos ), pois, na própria Lei é atribuída a livre-escolha de Deus do que a retidão de Israel ( Dt 7.7-8 ).
No pacto estabelecido no Sinai, a iniciativa partiu de Deus, tal qual aconteceu na aliança de graça com Abrão. Apesar de toda a doutrina e entendimente da mesma encontrar-se em todas as cartas do Apóstolo Paulo, que se intitula, e é, o portador de um novo Evangelho, entregue a ele pelo próprioSenhor Jesus em seus três anos de retiro no deserto, é no livro de Romanos que encontramos a explanação mais completa e compreensível da Graça:
“... sendo justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus... “ ( Rm 4.16 )
Temos, então, a compreensão verdadeira de que realmente a Graça nos veio através de Jesus Cristo e que a mesma deve ser absorvida através de um instrumento ( dom ) que também não depende de nós: a FÉ:
“ ... por intermédio de quem ( Jesus Cristo ), obtivemos, igualmente acesso, PELA FÉ, a esta GRAÇA na qual estamos firmes... “ ( Rm 5.2a )
Tal afirmação está solidificada em outro versículo:
“ Pela GRAÇA sois salvos e isso não vem de vós, é dom de Deus. “ ( Ef 2.8 )
A tradução grega para: “ ... isso não vem de vós ... “ é “ sesõsmenoi “ , traduzido por “ fostes salvos “ ; o que Paulo procurava fazer entender é que a salvação, que é, pela fé, independe da vontade do homem, isto é, aqueles que já estavam destinados a salvação devem ser despertados pela fé, ou seja, até mesmo a fé para tal ( ser despertado ) vem de Deus ( “ fostes salvos “ ) !
“ Porque VOS FOI CONCEDIDA a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele. “
Salvação:
Vede, portanto, que a Salvação que vem pela Graça, ( II Timóteo 1:9) - Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos; ) impõe-nos, por força das próprias Escrituras, desde o Velho Testamento, que o homem NÃO PODE e NÃO PRECISA fazer nada para ser salvo, a não ser, RECONHECER JESUS CRISTO COMO SEU SENHOR, pois a queles que haverão de ser salvos já o foram desde “ antes dos tempos dos séculos “ . Este é um ATO IMPERATIVO DE DEUS, movido por amor, justiça e misericórdia. E é, justamente neste ponto que começa a “ discissão “ que tenta opor Salvação e Predestinação.
Salvação e Predestinação:
Algumas “ vertentes “ axtraídas do Evangelho tentam, através de fatos ou textos isolalos, dar ao homem a possibilidade da “ escolha “ , ou seja, ao homem seria facultado o direito de escolher ou não seu destino, a “ aceitação “ a Jesus Cristo, ou, em oposição, a perdição pelo puro e simples ato de nega-lo e, ou, não segui-lo, mas no livro de Hebreus 2.6, o autor ( Espírito santo ), diz:
“ Que é o homem para que deste te lembres ? Ou o filho do homem, que o visites ? “
Denota-se que o homem nada tem a oferecer à Deus, cheio de pecados, erros, imundícies etc: Rm 3.23 : “ Todos pecaram e estão destituídos ( carecem, precisam, necessitam ) da Glória de Deus “ ( note que só a Graça salva o homem ! ) .
Também o próprio Senhor Jesus afirma categoricamente:
“ Não fostes vós que me escolhestes, Eu vos escolhi a vós “ ( Jo 15.16 ) compare com Ef 2.8 ou então “ Todo aquele que o MEU PAI ME DÁ virá a mim e de MANEIRA NENHUMA O LANÇAREI FORA “ ( Jo 6.37 )
Chegamos aqui a um outro ponto polêmico: “ UMA VEZ SALVO, SALVO PARA SEMPRE ! “
Isto é, ninguém escolhe ser salvo ( ou não sê-lo ) ou “ aceita “ a Jesus, aqueles que haverão de ser salvos pela palavra se chegarão ao Senhor Jesus ( pelo “ despertamento “ do Espírito de Deus nele ) e Ele, Jesus, os receberá e, se ... “ de maneira nenhuma os lançará fora “ , quer dizer que estão seguros e salvos para sempre no Senhor !
Estes, os salvos, jamais o negarão, manterão sua confissão em Jesus Cristo, mesmo diante das mais adversas situações, mesmo que por algum motivo venham a se “ desviar “ ( Lc 19.1-9, Mt 21.28-31, Lc 15.11-32 ).
Também no Velho Testamento ( diga-se na Lei ) podemos vislumbrar a Graça de Deus para com aqueles que haveriam de ser justificados, isto quando entende que os mortos deveriam esperar pela justificação num lucar apropriado, o Hades ( Hb = Haides ) ou Seol ( Hb´She’o – tradução menos aceita - ou Shêül = melhor compreendida ), ou Geena ( Gê´hinnôm ) , onde na parábola de Lc 16.20-31, se v~e claramente que havia uma separação dos justificados , aqueles que seria salvos, em relação aos não-justificados, aqueles que estavam fadados à perdição. Os que não seriam justificados, mostra a parábola, se encontravam num patamar bem baixo do patamar dos que dos justificados sem possibilidade destes “ subirem “ para o outro patamar ante o “ profundo abismo “ que os separava.
Vem-nos, então a pergunta ? “_ Por que o rico não foi salvo ? “ , não poderia ele se arrepender dos seus pecados e “ aceitar “ a Jesus e ser salvo ?
Entra aí então a soberania de Deus em escolher seus salvos:
“... para que vendo, vejam, e não se percebam; e ouvindo, ouçam e não entendam, para que não venham a converter-se e haja perdão para eles. “ Mc 4.12 ( vd, tb. Mt 13.14-16 ).
Talvez pareça dura e inflexível da parte de Deus tal coisa ou mesmo injustiça pela nossa ótica de justiça, mas devemos entenderque a justiça de Deus não se baseia em ações humanas ( tanto que a salvação é pela Graça ) e sim na sua própria essência e vontade.
Desta forma a justiça de Deus está compreendida em sua soberania: ... “ ou não tem o oleiro o direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro para desonra ? “ Rm 9.21
Leiamos: I Pe 2.8 / II Pe 2:12 – 14 / Jô 10.24-29 / Dn 12.10 / Ap 17.8 / Ap 13.8 / Jd 4 Rm 9.22.
Por que Deus fez distinção entre aqueles que Ele criou ?
AS DUAS SEMENTES:
A compreensão desta matéria teológica, que por muitos é renegada, é de suma importância e necessita de muita atenção e abnegação, pois é preciso que deixemos um pouco de lado preceitos que aprendemos durante toda nossa vida cristã e preconceitos quanto ao que possa nos parecer novo, para que este “ novo “ entendimento possa ser absorvido.
A primeira dificuldade que se encontra é colocar na mente dos amados que, apesar de se entender que “ Deus é amor “ e jamais permitiria que o diabo tivesse filhos ou que jamais separaria homens para a “ perdição “, entendamos que faz parte da SOBERANIA DE DEUS o direito de, para o bem e para que se cumpra o seu plano, utilizar os meios que achar conveniente para que tal plano se concretize. Desta forma, Deus permitiu que o diabo, então personificado na serpente, semeasse sua semente maligna na vida do homem criado pelo próprio Senhor, assim sendo, fez Deus separação das sementes, as suas e as do diabo, pois seria impossível as duas usufruírem das benesses divinas.
Voltemos, então, a um ponto, certamente anterior à criação:
“ Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo. ( Is 14.12-15 )
Concluímos então a seguinte seqüência de fatos: sendo satanás “ anjo de luz “ , separado para ( segundo a tradição ) dirigir o louvor ao Senhor, certamente tido como, hierarquicamente, somente abaixo de Deus, podemos supor ( devidos aos fatos posteriores ), que o mesmo fora criado com livre-arbítrio, devido a isto intentou ele ser semelhante e, até mesmo, ser maior que Deus ( “... me assentarei acima das estrelas ), causando, assim, uma rebelião no céu, arregimentando outros anjos para o seu lado ( foram chamados de demônios ou anjos caídos ), o que obrigou a Deus a lança-lo POR TERRA ( e não na terra ), precipitando-o no “ lugar dos mortos “, levando-nos a crer que o hades ( Lc 16.20-31 ) já estava preparado ( devido a presciência de Deus ) para receber os anjos que se haveriam de rebelar, seu líder e, mais tarde, os homens de sua semente e, num patamar acima ( como já vimos ), os que haveriam de ser justificados, até que o mesmo fosse “ desmembrado “ em céu ( “ seio de Abraão “ = Hb = “ stethos “ = = Jo 13.25 = sinal de afeição e acolhimento do justificado ) e inferno.
Está claro ma Palavra, que Deus separou os salvos e os não-salvos, aqueles que o adorariam ( sua semente ) e os que seguiriam a satanás ( semente maligna ). Também é claro na Bíblia o conhecimento de Deus e sua permissividade e, ainda, que tudo o que haveria por acontecer seria parte de seu “ PLANO SUPERIOR DE RESGATE DAQUELE QUE SE HAVIA PERDIDO “.
Logo após a criação o diabo manifestou-se contra o homem, coroa da criação, e, de imediato viu nele um ótimo “ consorte “ ou “ servo “ , para implementar seu plano de “ ser deus”, após consumar seu plano de degenerar o homem através da desobediência ( pecado que ele próprio inaugurou.)
Ao questionar Adão pelo seu ato, Deus penaliza todas as partes envolvidas ( pois todos foram culpados ) e desde aquele momento determina a separação das sementes.
“ E POREI INIMIZADE ENTRE TI E A MULHER, E ENTRE A TUA SEMENTE E A SUA SEMENTE; ESTA TE FERIRÁ A CABEÇA, E TU LHE FERIRÁS O CALCANHAR. “ Gn 3.15
Tal separação se vê também em Gn 4.45, onde Deus aceita a oferta de Abel e rejeita a de Caim, pois seus próprios atos já demonstravam sua natureza pecaminosa em ofertar à Deus o que lhe restou enquanto Abel lhe ofertou suas primícias.
No Novo Testamento o Apóstolo João ( I Jo 3.12 ) também evidencia tal fato: “ ... não segundo Caim que era do maligno... “
Parece chocante para muitos continuarmos afirmando que a Palavra de Deus nos mostra claramente que nem todos serão salvos. Há os que são predestinados para a salvação e os que são destinados à perdição. O Apóstolo Judas, um dos irmãos de Jesus, é categórico ao afirmar ( Jd 4 ) que existem homens, que ele aponta como ímpios, que são destinados para a condenação. Sua disposição em descaracterizar a Graça de Deus já os aponta a quem pertencem,,,
“ PORQUE SE INTRODUZIRAM ALGUNS, QUE JÁ ANTES ESTAVAM ESCRITOS PARA ESTE MESMO JUÍZO, HOMENS ÍMPIOS, QUE CONVERTEM EM DISSOLUÇÃO A GRAÇA DE DEUS, E NEGAM A DEUS, ÚNICO DOMINADOR E SENHOR NOSSO, JESUS CRISTO “
João, o Apóstolo, mais uma vez no cap. 2, vers. 18,19, cita homens que se infiltraram entre os próprios cristãos ( eleitos, escolhidos ), mas que, quando suas más obras se manisfestaram bateram em retirada ! Ele afirma: “ Estavam no nosso meio, mas não eram dos nossos. “ Até Pedro, reconhecidamente, pregador e defensor da Lei, confessou que certos homens eram desobedientes porque para isso foram colocados entre nós ( 1ª Pe 2.8 ) e ainda afirma que foram estes nascidos para a destruição ( II Pe 2.12-14 ).
Corroborando tais afirmativas, o Apóstolo Paulo confirma que estes são “ vasos de ira, preparados para a destruição. “ ( Rm 9.22 ). Mas podemos afirmar, somente ao observar, quem são sementes do diabo ? Bem, apesar de preferirmos deixar para Deus tal apontamento, decerto que o senhor Jesus não nos deixaria sem recursos para em dado momento reconhece-los.
Diz a Palavra de Deus que a observação dos frutos do homem pode apontar sobre a sua condição de semente, se de Deus ou do maligno... Para começar a semente do diabo não crê em Jesus Cristo, alguns até dissimulam crer ou afirmam que vivem sob seus mandamentos, mas suas obras os denunciam. Jesus nos afirma isto em Jo 10.24-26:
“ Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente.
Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço,
em nome de meu Pai, essas testificam de mim. Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. “
Ainda no cap. 7.15-20, Jesus nos diz que a “ árvore boa ( semente de Deus ) “ dá bons frutos e a “ árvore má ( semente do maligno ), dá maus frutos. Já em Daniel 12.10, o mesmo afirmava que “ os perversos procederão perversamente “...
Na Ilha de Patmos, João viu a adoração à besta de “ todos aqueles que tiveram seus nomes inscritos no Livro da Vida “ ( Ap 13.8 ) e ainda em Ap 17.8 confirma que tais nomes já estavam predestinados a isto, pois não foram inseridos no Livro da Vida desde antes da Fundação do Mundo.
Enquanto esteve entre os homens, Jesus ensinou que justos e ímpios teriam que conviver juntos, daí à comparar o mundo a um campo de trigo, onde o mesmo deveria crescer com o joio ( Mt 13.24-43 ) ou ao mar onde se pesca o peixe bom e o ruim ( Mt 13.47-50 ). Ainda alerta-nos na parábola das virgens ( Mt 25.1-13 ) ou na do semeador ( Mc 4.1-10 ).
Para terminar este estudo, podemos ver que até mesmo entre os Apóstolos havia uma semente do maligno, à saber, Judas Scariotes; Jesus disse: “ Um de vós é o diabo. “ ( Jo 6.70 ) e repete em Jo 13.10,18, “ vós estais limpos, mas não todos “.
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